DE VOLTA AO TATAME
DE VOLTA AO TATAME
Não devemos querer os conflitos,
Que não sejam pela sobrevivência,
Mesmo quando nossos monólitos,
Sejam totens da nossa vivência.
Cada guerra criada pelas nações,
São mistérios de gente escrota,
Pois quem vai lutar sem perdões,
São os trouxas que calam a boca.
Desde os tempos imemoriais,
Que lutamos entre nós mesmos,
Na ganância de ter os portais,
Que mantenham os sonhos acesos.
Não há sonhos, mas só pesadelos,
Se matamos os que nos conflitam,
E não adianta tingir os cabelos,
Se os nossos estigmas só gritam.
Todos nós devemos respeito ao colo,
E devemos saber lidar com a terra,
Que nos clama cuidado com o solo,
Pois nem sempre acharemos cisterna.
Ainda temos matas e desertos,
Ou campinas, montanhas e vales,
Mas eu sonho com caminhos abertos,
Mesmo quando a caverna me cabe.
Sei que no tempo eu vim e eu vou,
Porque o meu organismo tem prazo,
Pois serei o albatroz que voou,
Ou aquele peixe que nada no raso.
Cada águia ou até os pelicanos,
Vão pescar o meu corpo exposto,
Porque não sou o melhor humano,
E não sei quem o é, nem o posto.
Eu não tenho patente com estrela,
Mas a estrela nem sabe quem sou,
Pois queria apenas convencê-la,
Que eu sou como quem já viajou.
Sou um ciclo de uma ampulheta,
Com meu compromisso com o mundo,
Que me faz vivo sob um cometa,
Mas que só volto a ver moribundo.
E enquanto aguardo o meu tempo,
Todo dia eu volto ao tatame,
Para luta diária ante o vento,
Que me traz brisa sem que reclame.