Pra Lá dos Montes
Abro as fendas, engulo os talhos,
Fico acesa aos calafrios.
A sede que me traz Veneza,
Traz o cheiro dos pergaminhos.
A fome toca todos os lados,
Do outro lado há ninhos.
Corro ruas sem calçadas,
Noites redemoinhos.
O norte do teu amor
Desatina as águas dos rios.
Vem! da viola arranque o grito,
Corra a dor em descaminho.
O sofrer é uma benção
Faz brotar coisas do amor,
Toda tarde pra lá dos montes
Te vejo num beija-flor.