O MAL É INSISTENTE

O MAL É INSISTENTE

 

A minha palavra é perseverança,

Mas sempre para praticar o bem,

Mas o mal é insistente e dança,

Fazendo deboches daqui ao além.

 

Somos sofredores quando amamos,

Porque o amor não é malicioso,

Pois tem fé no caráter humano,

O qual defendemos como valioso.

 

Se olharmos para o nosso passado,

Devemos dizer que somos otimistas,

Se até na tragédia temos o fado,

E em meio tormenta somos artistas.

 

Temos aprendizado em cada sofrer,

Embora queiramos só ter alegrias,

Mas o ciclo é de nascer e morrer,

Com direito de haver fantasias.

 

Há quem viva só para torturar,

Se achando ser dono do mundo,

E há quem venha para perdoar,

E congraça até com sujismundo.

 

Mas não dá pra entender o sádico,

Que proclama o prazer tão único,

Quando prolifera o fato trágico,

Porque acha divino o ato púnico.

 

Devemos aprender a partilhar,

Onde o progresso seja comum,

E não haja mais fome num lar,

Nem miséria para povo nenhum.

 

Devemos compreender e semear,

Seja o grão ou um modo de ser,

Que pleiteia as estrelas e mar,

E o que ainda iremos saber.

 

Mas eu lamento o que ainda vejo,

Pois tem sempre donos do cargo,

Que não é o servidor que almejo,

Se perduram os malditos encargos.

 

Há quem crie as leis mais loucas,

E quem as intérprete para o mal,

Pois os bons são gente tão pouca,

Que só vejo hospício e hospital.