A Taça Azul

 

A taça beijou-me a boca

Com um líquido forte e quente

Deixou-me quase louca

A bailar como serpente.

 

A taça azul cortou os trevos,

A inocente fez tombar os anos.

Lençóis a luz do abandono,

Picos de dor e casa sem dono. 

 

A taça azul no seio da língua 

Transformou a noite cálida em iníqua 

Embriagou-me a provocar a lua

E levou-me a ser todinha sua.