MEDUSA EM PÊLO

MEDUSA EM PÊLO

 

Os dias querem ter privacidade,

Mas são os mesmos se têm gatos,

Eles são nossos donos de verdade,

Com os pelos em roupas e pratos.

 

Onde eu moro é sempre assim,

Gatos miam e o cachorro late,

Eles brincam e brigam entre si,

Mas no fim sempre há empate.

 

Um me suja a tudo onde passa,

Caga e mija também no quintal,

Come bosta e tudo o que acha,

Como um cão indolente, afinal!

 

O seu nome é uma homenagem,

A cada lobisomem em seu luar,

E Laycan avança pela garagem,

E vai na vizinhança atentar.

 

Já a nossa menina é Medusa,

A felina siamesa a reinar,

Pois a sua elegância acusa,

Que ninguém terá seu lugar.

 

Ela é o sinônimo da birra,

Zangando até com as filhas,

Mas é vigia de quem é amiga,

E soberana também na família.

 

Nessa valsa só vejo é pelo,

Na comida, na escova e na cama,

Pois os gatos demonstram o zelo,

Esfregando o corpo em quem ama.

 

Ela dormia em nosso quarto,

Mas hoje se espalha na casa,

Só falta andar sobre saltos,

E com sua finesse ela arrasa.