Cais da Alma
A mar andula, andula, andula
Por todo meu corpo em chama
Ao beija-me na areia da praia.
Ao viajar sobre os meus olhos
Faz marejar minha'lma escama.
Nas ondas salgadas, na onda dos orvalhos.
A andulante espuma espalha meus
carvalhos,
Carícias imersa, emersa da minha
universalidade
Que desfila no pensar do meu ser
covarde.
Navego no arrebol dos medos.
O mar navega na espuma dos
segredos.
Em seu caracol rolam os meus dedos,
Nas mais gigantes vão-se os
sobejos.
Silêncio nos olhos, amante sou por
instantes,
Sinto-me pequenino diante do mar gigante,
Anda onda arrebenta meus arrecifes,
Espuma anda, andas em meu destino.
Por que não vens me buscar?
Ouço a velha canção do mar,
Anda...vens chegando, sinto.
No cair da tarde consinto.
Pelo canto dos olhos vejo o luar
É o mar voltando ao homem
Com a boca cheia de peixes.