Fronteira do Eu

 

Hoje bebo das fronteiras do mundo

Corto o desejo profundo e sigo a voar

Passantes e seus cajados todos alados 

Vêm me guardar.

 

Entre palmeiras, cedros, pássaros e medos 

Ficam nas mãos peixes, pescaria, salgados

Sou o mundo no mundo sem me sufocar

Sou poço nas ruas de farto penar.  

 

Sou a sorte, com porte de fortes enlevos

Sou mais que aço, tranço o riscado e vou ileso.

Sou o rio em direção do mar e a temer,

Travesso a incerta querendo crescer.