ROSTO E CORPO

ROSTO E CORPO

 

No eterno podemos ser bastante,

Mas eu quero ter lua e estrela,

Sem o porque do giro incessante,

Que impulsa até mesmo a poeira.

 

Eu me lembro de ver furacões,

A girar como gira um corisco,

Só mudando o lugar das ações,

Um no mar e o outro no cisco.

 

Falaram sobre o esgoto no mar,

Quando há caranguejo no mangue,

E por isso eu fui questionar,

Qual motivo pra ódio e sangue.

 

Tudo que há tem modo e razão,

Como há tamanduás e formigas,

Um tem pouco pra cada milhão,

Mas os homens vivem de brigas.

 

Nossa história é mais surreal,

Quando temos inveja de alguém,

Pois devíamos ser mais animal,

E querer o que une e mantém.

 

Partilhar o lar e o alimento,

Nos motiva e nos faz confiante,

E a tolerância é bom sentimento,

Que nos garante seguir adiante.

 

Mas a ignorância é clássica,

Como se tivesse rosto e corpo,

Que, se tem herança jurássica,

É um lagarto e não um porco.