SEMPRE O RECEIO
SEMPRE O RECEIO
O meu sonho é por termos paz,
E a Terra me ser conveniente,
Tendo o amor que nos satisfaz,
Pois assim ninguém é somente.
Quem olhar para nossa história,
Incluindo os males das colonias,
Verá a maldição de Hades e Tróia,
E sentirá que só temos insônias.
Há muito tempo nada se descobre,
Pois tudo é mentira de conquistador,
Com a ganância de gente tão nobre,
A dizer que o mandante é o Senhor.
Em nome de Jesus Cristo mataram,
E também foi assim seguindo Maomé,
Sim, foi desculpa, mas torturaram,
E surge o escravo do rico e da fé.
Cresceu o clero e todas crendices,
Mas, em Deus, questiono até a Noé,
Se não há água pra tanta imundice,
Mas enche um balde pra o lava pés.
Deus quer a todos, inclusive ateus,
Desde que sejam em prol do amor,
Pois só tem vaga no céu e com Deus,
Quem souber viver na alegria ou dor.
O universo é mais frio e estranho,
Do que seus pontos de luz e calor,
E é mais grande do que eu suponho,
Mas não enxergo e não dou o valor.
Por isso, às vezes, vem o meteoro,
Ou uma estrela engole o que acha,
Como num molho de sabor pomodoro,
Onde despolpam tomates na tacha.
Os humanos comandam e recriam,
E adequam seu mundo às vontades,
Mas os dias de hoje não adiam,
Nosso medo das mil potestades.
Temos sempre o receio da morte,
E por isso buscamos suas razões,
Creditando aos que tiverem sorte,
O direito a viver com ilusões.
Ninguém retorna depois da passagem,
Ou navega de volta, nem com Caronte,
Como um rio vê no mar sua liberdade,
Mas sua verdade é ser chuva e fonte.