DUALIDADE

Ainda ontem,

no tempo da lembrança

preservada no sumo das lágrimas,

te beijei

com os ventos,

e de tantas bocas

eólicas,

holísticas,

me fiz hóstia

e purifiquei

as tempestades.

O vento

se fez em brisa,

na carícia dos lábios umedecidos no mar

emudecidos no amar

nas amarras de algum cais

esquecido em mim.

Palavras

atracaram-se

no silêncio,

do beijo posto,

porto que era,

eu, sua embarcação,

ora repousando,

em oníricas navegações,

horas à deriva,

à sua procura

num oceano sem fim.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 19/05/2023
Reeditado em 19/05/2023
Código do texto: T7792092
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