ACERTOS DE CONTAS

ACERTOS DE CONTAS

 

Se alguém vai ao restaurante,

Tem lá seu acerto de conta,

Desde quando ele seja cliente,

E o garçom não seja uma anta.

 

Não se deve pagar sem consumo,

Mas valores de forma honesta,

Como levar em conta os insumos,

E a vaidade de estar na festa.

 

São exemplos de um bumerangue,

Pois tudo que vai tem a volta,

Como ecos num túnel com sangue,

Que pulsa com tudo que exorta.

 

Desde antes que temos ditados,

E há o que diz sobre a dívida,

Se o que fazem aqui é cobrado,

E, se não paga, é vida sofrida.

 

Os pecados que tenho e não levo,

Têm aqui seus acertos de contas,

Pois não podem atingir o eterno,

Se o eterno é sem bolo e fanta.

 

A chibata é só para os corpos,

Dos inocentes ou dos culpados,

Mas esse merecimento é louco,

Porque Deus é neutro de fato.

 

O livre arbítrio é o consolo,

E por isso não há lado pra Deus,

Se todos são temperos do bolo,

Não mais sujeitos à ira de Zeus.