CIDADE E VIDA
CIDADE E VIDA
Se eu fosse criar de verdade,
Plantaria as árvores primeiro,
E faria alamedas pela cidade,
Com ruas largas sem aguaceiro.
Cada rua teria coleta da chuva,
E não se largaria à toa o lixo,
Todos saberiam o porquê da viúva,
E não haveriam gaiolas com bicho.
Os animais seriam todos libertos,
Como os gatos a subir no telhado,
Ou os pássaros pelo campo aberto,
Com jardins seduzindo ao trinado.
Nós seríamos melhores com a fauna,
Pois a flora pode nos dar sustento,
Só depende de prover o que falta,
Restringindo o abuso do fermento.
É preciso bem mais contemplação,
Porque a vida é soma de momentos,
Quando é breve, mas não dá noção,
Pois a morte não é um sofrimento.
Mas essa passagem é para todos,
Sendo um modo de energia e tempo,
Que segredam aos ricos ou rotos,
Se daqui ninguém leva nem vento.
Aqui só há o que às vezes deixamos,
Se deixamos nossos atos ou sonhos,
Pois está no exemplo que edificamos,
O suporte pra somar aos hormônios.
Sendo assim, me faço de ancestral,
Desde quando eu gerei novas vidas,
E poder deixar em cada embornal,
Esses genes para quem não dúvida.