Gavetas do Passado
O passado ficou absoleto
Foi jogado numas gavetas de boletos,
Mas quando revejo as gavetas
Voltam todos as lembranças e desejos.
O passado é caprichoso; capicioso
Sempre nos visita, nos deixa perplexos,
Mesmo que as chaves se perdessem
De dia viria, por certo, nos despertar
E a noite iria nos assombrar.
As vezes tem flores secas nas mãos
Outras vezes cartões desbotados,
Restos de batons dos dias animados
Amores dos verões nublados, ousados.
Há passado e nas entrelinhas o futuro
Eu é quem não via a arquiteta projetando,
A costureira modelando,
O pedreiro construindo,
Nas gavetas do passado o futuro se formando.
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