MEU PÓS-CONCEITO

MEU PÓS-CONCEITO

 

Não se zanguem com o trabalho,

Pois ainda há dor e escravidão,

Mas se a desculpa é ter orvalho,

Então saiba que ainda há verão.

 

Após cada noite, ao acordarmos,

A única certeza é estarmos vivos,

Só não sei por mais quantos anos,

E se terei só o amor como motivo.

 

O doar é melhor que o conquistar,

Pois vencer de alguém é tragédia,

Quando o mundo quer perpetuar,

Pois a vida não é mera comédia.

 

Só é preciso entender os sinais,

Que o tempo e o vento prescrevem,

Escolhendo os que sejão normais,

Sem desertos, para que prosperem.

 

O sol racha o solo sem flora,

Pois a liga que une é a água,

Que dá vida de graça na hora,

Para a fauna se ver liberada.

 

Esse humano de hoje não sabe,

Ou precisa de razões para crer,

Tudo enquanto seguimos na nave,

Pois só a Terra sabe o porquê.

 

Somos raridades da noite eterna,

Pois no vácuo a luz é um prêmio,

Mas não sei o motivo das pernas,

Ou se meus pés estão no convênio.

 

Era o caos, mas o vento passou,

E é aqui que se nasce e morre,

Mas não vou saber quem eu sou,

Se o tempo já não me socorre.

 

Todo homem quer ser imortal,

E dizer qual será sua idade,

Mas eu temo que o ser anormal,

Me sugira buscar santidade.

 

Mas como vagar pela eternidade,

E também me excitar de Universo,

Se não me insurgir de verdade,

Com meu pós-conceito em versos.