Olhos no Mundo 

 

Tenho uma inquietude que me toma e mata 

Tenho uma acidez que me maltrata,

Tenho um paladar de uma turista

No céu da boca palavras aflitas.

 

Tanto a dizer num tempo tão curto

Passa a galope um desejo, um insulto.

Os olhos do mundo e tudo que se pariu

Passa a galope num engano senil.

 

Carrego a dor do mundo e a vontade febril

Sinto a chuva chegando no coração abril,

Os segundos parou no portal do tempo

E o temporal se fez por todo esse corpo,

Tenho uma inquietude que me ressucita.

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