O CORPO FRÁGIL

Assim me vejo.

Um arcabouço de ossos

que sustenta o corpo frágil.

Invisíveis, minhas almas todas

vão se escondendo

nesse cipoal nervoso.

Vários eus, muitos, muitos,

juntam-se em conluio

e maldizem o tempo que resta.

E as rugas, testemunhas de passados,

criam expressões de dó.

Quanto ainda resta de sonho

não sei.

Assim me vejo, meio pirado,

meio pirata, buscando algum navio

ou alguma ilha em que possa repousar.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 22/04/2023
Código do texto: T7769940
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