Na Curva da Noite
É na curva da noite que nasce o tesão,
Na curva da fome desejo e razão.
Enquanto estrelas viajam sem quebrar o silêncio,
Mastigo e saboreio a literatura dos mitos
Ao acordar os segredos dos sentidos.
A inquietude fraciona o tempo no mapa,
A boca do estômago em ruptura encrespa.
Na curva da noite a respiração ofegante falha,
Entre o que leio e o que sinto, muralha.
O que quero da noite me escapa, talha
O que chega é um cheiro inebriante e instala.
O que em mim desperta a noite espalha,
Na curva da noite dorme o medo da fala.
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