Febre Insana

 

Sintomas na pele sedenta e um estalo

Em uma terra infértil, uma pena, um entalo.

Nesse eterno pingar, pingar da chuva resvalo,

Uma boca a salivar no escorrer do passado.

 

Um bocejo na hora da saída do acaso,

Um tremor de pernas bambas do descaso.

No entrelaçar dos braços, regaço, traço.

Tragou infortúnio medo e na pressa atravessou

Num grito doído, rompeu a aurora e travou.

 

Sintomas de febre alta e insana que pede,

Uma voz falha que perde o desejo da fala e cede

Ao capricho do tempo que passa pela nuvem

Sem retrocesso, numa velocidade verossímil.

Sintomas de vazio na estação de trem.

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