Sonhos de menina
De alma enredada
Menina assombrada
Caminhante pela calçada
Sombra do outrora
Irreconhecível no agora
Passos inseguros
Dados no escuro
Perdida nessa vida
Cheia de despedidas
Olhar vazio
Ocultante de emoção
Fez-se frio
Na úmida solidão
Coração despedaçado
Em um peito destroçado
Incrédulo do passado
Descrente do futuro
Caminho inseguro
Carrega pesado fardo
No breu se esconde
Mente incessante
Noites sem Morpheu
Apenas agonizante
Agonia infindada
De um caminhar
Pela calçada
Sem esperar por nada
Mentira recontada
Repetida na passada
Esperança renovada
Na fantasia de uma palavra
Morta no silêncio
Gélido de outro momento
E ela segue na calçada
Caminhante desesperada
Já cega nessas trevas
Infinitas e trépidas
Sem esperar por nada
Mentira novamente retomada
Em meio à outra passada
Caminha cansada
Alma arrancada
Silenciada
Menina enfraquecida
Já exaurida
Caída na calçada
Abandonada
Mão estendida
Súplica pela vida
Enquanto vaga
Nas memórias de outra vida
Uma antes nem vivida
Mas sonhada e esperada
E agora na calçada
A menina não vê nada
Mas ainda sonha
Ainda é encantada