INFANTIS NA PETULÂNCIA

INFANTIS NA PETULÂNCIA

 

Com o olhar embaçado e ardido,

Tentei ver quem falava comigo,

E jurei que eu já tinha partido,

Pois ouvi como houvera morrido.

 

Deve ter sido por catalepsia,

Pois estive calado e inerte,

Mas os sons do orixá eu ouvia,

Dando coragem para meu 'reset'.

 

Retornei só porque não há fim,

E meu 'time' é de um vai e vem,

Que me faz também ser mineirim,

Mas eu vim da Bahia, meu bem!

 

Minha catarse foi pra ser melhor,

E tratar bem os que não entendem,

Mas eu vejo tudo ao meu redor,

Mesmo aqueles que só mentem.

 

Eu credito aos traumas infantis,

A petulância de cada ser ignóbil,

E quem diz que são os meus ardis,

Mas eles são restos de um fóssil.

 

Já morreram e ainda não o sabem,

Como em esquizofrenia catatônica,

E negando a tudo, quando o fazem,

Pois não são orquestra sinfônica.

 

Um psicopata não se reconhece,

Pois se acha alguém inconteste.

Mesmo quando outro dia amanhece,

A dizer quem é gado ou equestre.

 

Mas a dor vai também atingi-lo,

Pois ele não domina nem um sexto,

Se quem pode também pressenti-lo,

Tem a mente além desse contexto.