Duro Ócio
A cabeça zonza dos anos ja vividos
Leva-me a crer que todos esses zumbidos
Foram a soma das emoções sem sentidos,
Cantam os passarinhos soltos aos ouvidos.
O corpo frágil que carrego já foi primavera.
Bem outrora, bem outrora, bem outrora,
Mas o canto livre pelas ruas implora
Não é um calvário a vida que há lá fora.
Lá na existência, no fogo selvagem, lá
No canto íntimo do momento único, acolá
Busco-me no entrelaço agonizante das horas.
Onde estou esse encontro se aflora.
Existe uma pedra e grandes adornos,
Um lago fundo e metáforas em torno,
Desejos grandiosos regados a cedros,
Estrelas caídas do céu da boca em sonhos.
Destino truncado, reorganizado em duro ócio.
🆗