Da última vez
Na última vez que nos falamos
Sobre sentimentos
Nossos momentos
Caminhamos na contramão
Enquanto eu te dizia
De tudo que em mim trazia
Você lançava
Palavras frias
Onde me mostrava
Que não se importava
E enquanto as palavras
Você destilava
Eu me silenciada
Não havia nada
Nenhuma palavra
Que pudesse ser falada
E te ouvindo
O vazio se fez
Ácido
Correndo tudo outra vez
Alguns vazios são cheios
São absolutamente repletos
Construídos de histórias
Guardam segredos
Escondem relatos
Trazem medo
Possuem rascunhos engavetados
Do que antes fora sonhado
São vazios cheios
Guardados no silêncio
Vestidos de sorrisos
E de lágrimas regados
Mas tudo em segredo
E por ninguém notado
Na última vez que nos falamos
Tudo foi silenciado
E com cuidado
Guardado