Derrames

 

Nos derrames dos meus versos 

Há abrolhos, estercos e adubos.

No jorrar da tinta nascem povos,

Pedras preciosas, cafés e jazigos.

 

 

Na união das letras existe o adeus,

Juras de amor, corações, fé e ateus.

No derrame desses versos verdade,

Beleza pelo avesso pra posteridade.

 

 

Nos derrames dos humildes versos

Salvo renegado, acolho-o na poesias.

Salvo-me das correntezas das alquimias,

Da incerteza, da imobilidade e surpresas.