PREÇO DE FEIRA

PREÇO DE FEIRA

 

Desde quando o mundo é nosso,

E se conta gente por população,

Que o escambo tornou-se negócio,

Mas transmite valor à emoção.

 

E ao produzir, trouxe pra feira,

Toda sobra de trigo ou feijão,

Mas também o que planto na leira,

Para trocar com o vizinho irmão.

 

Nesses encontros crescem os clãs,

Que hoje estão pelas megalópoles,

Onde os sons não são mais de rãs,

Nem há mais corujas e ciclopes.

 

Não vemos a lua nas madrugadas,

É tudo poeira nas noite acesas,

E há inimigos em muros e casas,

Ou em edifícios de vidas presas.

 

E tudo tem preço em carteira,

Pois somos histórias vividas,

Mas pode ser o preço de feira,

Ou o custo das vidas perdidas.