QUEM DECAI OU JÁ FOI

QUEM DECAI OU JÁ FOI

 

Os meteoros são areia que cai,

Como lágrimas de um grande titã,

Que, às vezes, da estrela esvai,

Pelas refregas de Eva e maçã.

 

Quem decai do céu tem um peso,

Se o conceito for a gravidade,

Que atrai ou repele em cortejo,

Até santo e quem é só maldade.

 

Só a chuva é mesmo um contraste,

Desde quando alimenta ou desgraça,

Fertiliza ou devora em desastre,

Quando irriga o que nutre de traça.

 

Com a estrada cheia de relva,

Se escorrega sem ter enxurrada,

Como escada que vejo na serra,

E os degraus me levando a nada.

 

Se eu pudesse andar pelo mundo,

Iria querer o sabor dos lugares,

Pois ter sala ou quarto imundo,

Não me diz como são os altares.

 

Tudo é fé ou busca de respostas,

Para o encontro no imaginário,

Pois o céu é campo de apostas,

E não escombro de velho armário.

 

Quem já foi, eu não sei se queria,

Pois depende se estamos cansados,

Ou sofrendo de dor e agonia,

Se o mundo não nos quer amados.