De repente
Foi assim:
De repente adregou
Não haviam planos
O lugar era insano
E um grande alarido causou
No âmago de um coração
Já dissentido da paixão
Guardado a tanto tempo
Houve imensa explosão
Que feito correnteza de rio na cheia
Tudo carregou
Barreiras arrancou
De pernas para o ar
Tudo deixou
Depois...se acalmou
Na serenidade ficou
Floriu
Tudo enfeitou
Foi plenitude
Foi açude
Que a sede saciou
E alinhado em meu peito ficou
Por um tempo
Tranquilo e sereno
E então se agitou
Esbravejou
De tudo reclamou
A voz reberverava
Aos meus olhos encharcava
Eu que não acreditava
Agora...chorava
E você?
Em meus olhos olhou
Fitou
Não se incomodou
Fingiu estar na calma
E outra vez dilacerou
Meus ouvidos
Sem que tua palma
Pousasse o teu calor
Em minha pobre alma
E de novo você me olhou
E as palavras soltou
Uma a uma
Sem qualquer pudor
Destruiu o que disse ser amor
E deu-me a culpa como favor
A quem só a você se dedicou
E assim tudo terminou
A sede voltou
As águas turvas bravias se mostraram
Os sonhos levaram
Enquanto eu me afogava
Em meio a tanta dor
Pela morte desse amor
Que já agonizava
Você... se retirou