Tela do Eu

 

Vão os braços a dançar no adeus

Levam meus sonhos e os sonhos teus,

Seguem os olhos pelo horizonte perdido

Até a curva do enigmático sentido.

 

As nuvens fecharam as portas do céu,

Vejo as estrelas fugirem, a lua cor de mel

Esconder-se, rendo-me ao orvalho agora,

Cada vez mais a deixar pra trás as horas.

 

Nas copas incidem um elo ao eu natural,

Uma sequência evolutiva sem náusea e nau,

Quebra-se as notas no piano, o corpo inflama.

Choppin, Beethoven vence as noites e me chama,

A vida segue entre músicas, pinturas e ramas.