A FÚRIA DO TEMPO
Sem dó, fez vencer as promissórias
de amor que eu tinha escondido.
Me enganou, ao tirar meu retrato
em lambe-lambe, sem direito a retoque.
Agora já não importa mais lembrar
quando fiz dezoito anos ou, quando não fiz.
Não creio ter feito nada de eterno
nesses tempos que todos chamam
de outrora.
Nem meus verbos tem presentes mais.
A fúria do tempo, feito uma besta fera,
vai transformando segundos em passado.
E passado em esquecimento.
Ninguém quer ser esquecido.
Só quer, quem ainda tem promissórias a vencer.
Eu acho...