VAGA-LUMES

"Não tenho medo do escuro,

mas deixe as luzes acesas."

Fragmento de Tempo Perdido (1986), Renato Russo

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VAGA-LUMES

Aprendi

a não temer a morte,

à vida agarrei-me

como um náufrago.

Enterrei os fantasmas,

para assombrações

entoei cantigas de ninar.

Um medo de cada vez,

sempre depois

de alguma coisa

a me movimentar.

Vivendo vou colecionando

necessárias coragens,

há muito o que plantar

além das flores do túmulo.

Falta aquele sorriso,

a lágrima ainda não escoou,

abraços estão incompletos,

os beijos, esses vivem infinitamente famintos.

Não temo a escuridão,

mas a luz é o alimento da esperança.

No fim dos túneis ou

no começo dos tempos

somos todos mariposas

com ânsias de vaga-lumes.

Voando

para iluminar os que a vida

não lhes deu causas

nem asas, também.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 14/02/2023
Código do texto: T7719225
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