ENTRE BICHOS E MITOS

ENTRE BICHOS E MITOS

 

A natureza sempre se adapta,

Nas praias e até nos corais,

Pois nem tudo que se contrata,

É o retrato que nos satisfaz.

 

Já convivemos com outros bichos,

Como os mamutes, dodôs e araras,

Mas a consciência posta no lixo,

Não se atenta que a vida é cara.

 

Ninguém tem um preço ou valor,

Pois o que é único é mais caro,

Mas é preciso saber qual sabor,

Vai sangrar de seres tão raros.

 

Eu, como elfo além do meu tempo,

Já tendo vivido em todas as eras,

Conheço calmarias em cada vento,

Dos arroubos de ar dessa esfera.

 

Às vezes queremos ser sátiros,

E me assusto com medo de Hades,

Se a morte é algo tão prático,

Mas prefiro curtir minha idade.

 

Se Perséfone olhasse um plebeu,

Sem pretenso ciúme no tártaro,

Eu diria: que sátiro sou eu?

E assim eu iria a seu quarto.

 

Certo dia insultaram cérbero,

Com homens buscando abrigo,

E assim, eu disse: me entrego!

Para, enfim, receber o castigo.

 

Tive a vida andando em voltas,

Suportando a dor das correntes,

Me purgando de minhas revoltas,

Mas é mito e loucura da mente.