Ao Sair as Ruas
Eu olho para o mundo meio descontrolado
São doze e meia e eu estou esfomeado,
Mas vejo muitas bocas todas a pedir
No meio do caminho instala-se o existir.
Eu passo pelas ruas meio assustado
Meio embriagado das coisas que vejo,
Eu passo pelas ruas meio acabrunhado
Volta e meia, meia lua cheia me querendo.
Eu quero o céu da boca tom azul do Tejo.
Volta e meia, meia lua cheia em desejo.
Eu olho para a vida sem querer dormir
As notícias dos jornais não me deixa ir
Eu olho para mim meio desconfiado,
Resisto ao silêncio, calo, não é hora de emergir.