Caixeiro Viajante - Por Donzela do Gelo

Havia um cheiro

forte de pele

por todo lado

E nele uma imensidão

de mãos que ele

teimava em esquecer

E as bocas por todos os lados

transitam apressadas

querendo seu quinhão

se lânguido se movia não era por

dificuldade

era por preguiça

não se preocupava com o descaso

ele gostava de ser vagaroso

era um caixeiro viajante

seu corpo era um mosteiro

mas por dentro era algo negro

um cisne ou um corvo

seja lá o que fosse

seu suor era doce

e sua pele era sua própria

imensidão

onde bocas e mãos

buscavam nele

seu quinhão

Donzela do Gelo
Enviado por Donzela do Gelo em 07/02/2023
Reeditado em 10/02/2023
Código do texto: T7713731
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