Caixeiro Viajante - Por Donzela do Gelo
Havia um cheiro
forte de pele
por todo lado
E nele uma imensidão
de mãos que ele
teimava em esquecer
E as bocas por todos os lados
transitam apressadas
querendo seu quinhão
se lânguido se movia não era por
dificuldade
era por preguiça
não se preocupava com o descaso
ele gostava de ser vagaroso
era um caixeiro viajante
seu corpo era um mosteiro
mas por dentro era algo negro
um cisne ou um corvo
seja lá o que fosse
seu suor era doce
e sua pele era sua própria
imensidão
onde bocas e mãos
buscavam nele
seu quinhão