MADALENAS
Sempre acreditei
nas suas procissões,
nas lágrimas de quem
carrega suas cruzes.
Namoram com elas,
no cortejo,
no cotejamento...
No leito
repousam, impudentes,
no chão,
posam de imponentes.
São as procissões,
as imprecisões
da alma,
as precisões
do corpo,
caminham
segurando os andores,
equilibrando as dores,
nas luas
aliviadas,
nas nuas
avenidas,
ali vadias,
invadidas,
aviltadas,
pela
impudica
caminhada.
Quem não as tem
um pouco dentro de si?
Madalenas..
Vendendo-se,
em alguma medida,
para fingir felicidade,
já outros
comprando‐as,
sem medida alguma,
para fugir da infelicidade.