INDULGÊNCIA
Perdoa-me os anos não vividos,
vesti as promessas com uma túnica indevassável,
escondi tão bem o agora,
nunca mais o encontrei.
Não adiantaram as rosas,
o perfume ficava
apenas nas narinas,
se dissipava no esquecimento.
Não posso mais voltar no tempo,
tampouco há de me querer.
É por demais impaciente,
e eu ainda guardo refratárias hesitações.
Me perdoa!
Já é tarde...
Tão tarde!
Vou-me embora
enquanto a cama ainda
me quer
e me permite sonhar.