SEMPRE ALTRUÍSTA, MAS ESCRAVO
SEMPRE ALTRUÍSTA, MAS ESCRAVO
Ele seria manso e benfazejo,
Ao andar por entre o jardim,
Mas teve a Judas e o beijo,
Num breve desfecho por fim.
Quem for sempre altruísta,
Não vai esperar por vacilos,
Ou se vão agir como iscas,
Mas no rio serão crocodilos.
Bom ser humano é livro aberto,
E ensina de tudo que aprendeu,
Pois nos devota um céu aberto,
E o dom do fogo de Prometeu.
Todo forte detém sofrimento,
Disseram a Atlas e Diógenes,
Se o peso do mundo eu sustento,
Mas não sei o que ainda se pode .
Diógenes só queria seu básico,
E Alexandre o Sol lhe escondia,
Mas o mar de Ícaro é trágico,
Pois engole quem voa sem guia.
O mundo antigo é uma verdade,
Do que só nos serve pra dor,
Em tudo que exalta a maldade,
Nos tempos de rei ou senhor.
Se o tempo antigo for saudade,
Nem sempre haverá consciência,
Mas alguns viveram de verdade,
O que outros foram só demência.
E hoje todos somos escravos,
De quem acha que nos domina,
Mas somos lembranças de cravos,
Do mártir que nos ilumina.