Palavras Paridas

 

Na mistura doce dos meus versos,

No tempero forte das minhas rimas

Ramas infindas brotam repetidas

E a mim invocam ser fiel a amigas. 

 

Como ramagens verdes e tons vinho

Corro os olhos em busca de um ninho 

Nascem a fecunda inspiração de lampejo. 

Corre pela boca a livre emoção, um desejo 

Salgar o corpo inteiro nas manhãs de janeiro,

Nas margens solitárias de um outro rio.

 

Assim vou dando vida as minhas estrofes

Do Sul até o norte nos imaginários tripés,

Tiro vírgulas, ponho vírgulas meio comedida. 

Cavando, causando, caçando palavras paridas.