MÁS ESCOLHAS

MÁS ESCOLHAS

 

Ser amigo do inimigo do rei,

Nos credencia ser contra ele,

E assim o general usou a lei,

Ao tal renegado e amigo dele.

 

Todo inimigo do meu inimigo,

Será meu amigo e um anteparo,

Não por ser meu melhor amigo,

Mas ao satisfazer o que falo.

 

Concordar só querendo aplauso,

Faz de mim um reles puxa-saco,

Mas se eu ajo conforme o caso,

Talvez seja mais certo e exato.

 

Não seremos donos da verdade,

Se pautarmos no gozo da vida,

Ou as verdades serão da idade,

Como as dores são da ferida.

 

A certeza será só dos céus,

Com estrelas e as galáxias,

Como a chuva para o fogaréu,

Que se apaga sem audácias.

 

Se alguém explode o quartel,

Será morto ou louco e preso,

E não vai chegar a coronel,

Se o tribunal for bem coeso.

 

Mas o mundo sempre capota,

E o louco vira um candidato,

Pois me dá um nojo e revolta,

Se quem julga cospe no prato.

 

Todos sofrem com más escolhas,

Quando não elegem estadistas,

E o povo torna-se saca rolhas,

Da garrafa de vinho fascista.

 

Mas um dia ocorre o remorso,

E quem presta logo retorna,

Mas eu peço o voto que posso,

Pois Deus sabe que é a hora.

 

Se a terra e um povo reclama,

Chega de morte e seu lamento,

Deixem a floresta que clama,

Dê ao povo só paz e alimento.