Silêncio Cálido
Cálido cálice que escorrega entre dedos,
Cálida calmaria que cala as lembranças.
No escorrer do líquido frio cálida saudade,
Saudade que passa pela fresta da porta.
Olhos cálidos que espiam o futuro pálido.
Negras pontes que gritam na boca da noite,
Na audição dos poros, no frear dos carros.
Tudo a me levar por estradas sombrias.
No calabouço da alma inesperado encontro.
Silêncio cálido, desmaio súbito ao alcance da visão,
Diante do desejo contido a fria consciência,
Resvala na vontade que morre aos poucos do corpo.