Habita em mim

No silêncio da minha voz
é que ouço o meu algoz,
e como é feroz, atroz
e ainda assim
habita em mim
de uma forma tão tranqüila,
de um modo tão sereno
que logo o trago em meus braços
como uma criança mimada
desprotegida
e mesmo sabendo que é a mim que ele quer
eu cuido dele, melhor do que de mim
pois sei afinal que dele virá a minha sentença,
aquela que tanto eu espero,
e que certamente não há mais de tardar
pois já é tarde, pois tenho pressa,
e tenho muito ainda por fazer...