FLUXO E REFLUXO
Era ela que
decifrava as cartas,
lia as mãos,
anunciava alvíssaras,
comunicava os lutos,
polia sorrisos,
enxugava lágrimas.
Era ela,
apenas ela,
profetizando o apocalipse,
informando nascimentos,
tendo presságios,
fazendo sufrágios
elegendo destinos...
Já era naufrágio,
antes de ser embarcação,
cicatriz primeiro que ferida
regresso sem ter a partida,
escombros precedendo a demolição...
Imprescindível,
necessária,
tolerável ...
execrável!
Cada qual a tinha
à guisa
das suas enchentes,
e das vazante também.