MEU CAMINHO E O NOSSO JARDIM
MEU CAMINHO E O NOSSO JARDIM
Haviam pedras no meu caminho,
Desde que nasci longe do mar,
E era um lugar cheio de espinho,
Mas fui de mansinho embrenhar.
Eu tinha a caatinga e a mata,
Convivendo com a mata de cipó,
Ali eu ouvia uma trova farta,
E nas tocas dormiam os mocós.
Todo dia era a mesma história,
Com cabras e ordenha pela manhã,
E meus tios contavam estórias,
De quando havia um pé de romã.
Disseram que foi um velho judeu,
Que trouxe as romãs do oriente,
Mas leite e mel também prometeu,
Na fé que apraz o ser penitente.
E o nosso jardim deu orgulho,
Com juritis, curiós e sabiás,
Floradas em meio ao pedregulho,
Com gosto e sombra de um juá.