METEORO

METEORO

 

Depois que as obras humanas ruíram,

Chegaram novas espécies no mundo,

E foi quando meus cometas sorriram,

Ao ver um meteoro cair num segundo.

 

Creio que pensaram num prognóstico,

Por causa do giro pela via láctea,

De lado a lado como algo agnóstico,

Por causa da nossa vida ser laica.

 

Não tenho na vida o tempo que quero,

Pois sempre há bem mais que agora,

Como já houve antes do que venero,

E digo que ainda estou bem por fora.

 

Em tudo que houve eu já nem lembro,

Das vidas que trago dentro de mim,

Por isso lhes digo até em dezembro,

Que nada perdura no início ou fim.

 

Então quero estar na letra ou vento,

Ao ser lido amanhã e sentido na brisa,

Mas vou perdurar com o meu nascimento,

Quando lhes falar além do parabrisa.

 

São esses meus votos entre versos,

São essas as idéias de um bom ideal,

Porque não serei como todo universo,

Mas sei que sem mim ele é anormal.

 

São esses motivos para os planetas,

Que sejam gigantes e também anões,

Mas sei que Plutão é um ascendente,

Se alguém acordar com as previsões.

 

E foi entre fótons e o lado escuro,

Que fui gravitar com o sol e a lua,

Enquanto os frutos ficavam maduros,

E gatos miavam em telhados e ruas.

 

Aí me lembrei do que já não devo,

Sem a convenção do saber absurdo,

Onde a luz do dia é o que recebo,

Num surdo direito de cego e mudo.