ONDE ANDAREI, ONDE ESTAREI
ONDE ANDAREI, ONDE ESTAREI
Por onde andarei, se não há mais caminhos?
Por onde estarei, se tudo está acabado?
A questão será posta de novo ao vento,
Pois até agora o que ouço é lamento.
Numa via de luz e de estrelas,
Só vigora o prisma nos astros,
Porque sobram só as centelhas,
Da explosão que não vi de fato.
Não sei se andei noutras vidas,
Por causa da tacanha memória,
A qual me esconde as feridas,
E não deixa o rastro na história.
Eu queria ser parte de um livro,
Que soprasse o pólen das flores,
Como veio de água em um grifo,
Onde a fênix for fruto e sabores.
Mas, cada resposta é um encanto,
E só vem nas calendas do tempo,
Ou a resposta que falo em prantos,
Vem de algo que flameja ao vento.
Depois que inventaram trajetos,
Eu penso nos tempos das tribos,
Se a conta não foi de objetos,
Ou se a vida se diz nos incisos.
E nas batalhas cá no meu cerne,
Às vezes durmo, às vezes acordo,
Pois quando um cometa aparece,
Logo penso se deixo ou abordo.
Só penso na sua cara, meu anjo,
Desde quando tenhais uma cara,
Como vai ser o dia de um banjo,
Sem a corda que ainda é cara.