APÓS O MEU SONO

APÓS O MEU SONO

 

Sentindo uma dor lancinante,

Eu vi que era o meu coração,

Mas deu tempo para o instante,

De rever minha vida em ação.

 

Depois disso dormi o meu sono,

Tão profundo que talvez morri,

Mas após passarem mil anos,

Acordei pra dizer que venci.

 

Ninguém mais lembrou dos carros,

E a viagem não foi necessária,

Mas sobraram meus alfarrábios,

Deixados com a bibliotecária.

 

Só não haverá um tempo de traça,

Pois envenenaram nosso futuro,

E tiraram o coreto da praça,

Quando a lua nem mais procuro.

 

Lá as roupas não mais terão uso,

Onde os corpos foram mutilados,

Mas, redimido por rocas e fusos,

Estarei desperto e vivo de fato.