FRÍGIDA
É de se esperar
do tempo
seus ventos,
dos ventres
das nativas
tempestades,
tempestivas
se vão
em liturgia,
furtivas,
no vão
da ventania.
Do sopro
se gasta
energia,
da luz
se exauri
o dia,
do silêncio
se gesta
a noite ...
bravia
quente
de corpos
e almas
carentes,
a se esbaldarem
como renitentes,
enquanto
a madrugada
não vem
com seus
sonos tardios,
e camas baldias,
sem calor,
sem pavio,
indiferente ...
apenas
madrugada fria!