MINERVA COM SUA BALANÇA

MINERVA COM SUA BALANÇA

 

Se um dia o Juiz lesse todo processo,

Haveria a chance de evitar o ardil,

Porque as nuances lhe dão o acesso,

Ou lhe permite ser justo e gentil.

 

Quem sofre injúrias e presunções,

Quer só justiça pra ter esperança,

E se alguém sofre discriminações,

Urgente é Minerva com sua balança.

 

Imaginem o pobre com fome e doente,

E acresça a ele o fardo da família,

Se não tem mais emprego e nem dente,

Como um barco alvejado e sem quilha.

 

Navegar nesse mar de torturas,

E enfrentar até um colega algoz,

É saber que disfarçam a loucura,

Sem lhe dizer ser inimigo feroz.

 

São dores de corpo e de alma,

Pois ninguém quer ser traído,

Muito menos por mentira clara,

Que se gesta no chefe bandido.

 

Temos isso em todas autocracias,

Que nos furtam a real liberdade,

Na mentira de ser meritocracia,

Mas só no puxa-saco é verdade.

 

Resta a todos que sofrem na lei,

Que ela seja a busca do consenso,

Coerente como um monge ou frei,

Ou como foi Salomão no seu tempo.