Meus Olhos

 

Meus olhos são duas janelas

Para o mundo imanente.

São barris de água,

Cachoeira a chorar memórias

Que se misturam ao mar,

Confundem-se em mistérios

E deságuam.

 

Meus olhos são máquinas do tempo

Que registram a vida e fotografam

A morte numa visão telepática,

Onde efemeridades são revividas.

 

Meus olhos morrerão comigo,

São retalhos de várias décadas,

Espelho de minh'alma em festa

Meus olhos, meus olhos tão amigos.