SEM RUMO
SEM RUMO
A humanidade vagueia sem rumo,
Pois dilatou além das pupilas,
Pautando tudo para o consumo,
Num algoritmo de Tordesilhas.
O mundo de agora tem dono,
Embora isso seja impropério,
E a moral de agora é engano,
Pois ilude até o mais sério.
Nos dizem somente engodos,
Se dogmatizam nas mentiras,
Botam mil fermentos no bolo,
Envenenam filhos e filhas.
Não botam mais mesa nem pão,
Mas têm produção na fazenda,
Plantam cana, capim e feijão,
Só pensando em gado na manga.
Tudo agora é só pra exportar,
Com a barriga do pobre vazia,
Mas se o rico não se comportar,
Tem ganância com hipocrisia.
Quem trabalha vai se escravizar,
Porque morre sem aposentadoria,
Se a idade não vai alcançar,
E se chegar, só vai ter agonia.
Quem é rico não se aposenta,
Vejo isso entre reis e juízes,
Ou político que se apresenta,
E o ladrão gerando as crises.
Todo espírito quer o paraíso,
E um cavalo requer uma rédea,
Só por isso o fiel sem juízo,
Nada vê por detrás da comédia.
Iludidos ou em atos falhos,
Ninguém mais quer paz e amor,
Pois ralaram o côco nos galhos,
Por ideias de um mau consultor.
Hoje há coachs e influensers,
Pois agora não há professor,
Se um cara virou fluminense,
Desdenhando de rio e doutor.
Todos sabem o que é milícia,
E quem geme é que sente a dor,
Mas na guerra sobra a malícia,
Como rei ou governador.
Só não vão todos pro inferno,
Porque as tragédias acordam,
Revelam os lobos de terno,
E salva quem não concorda.