O OCASO E SEUS ACASOS
Havia naquele lugar
um silêncio revelador,
as pequenas criaturas,
tão diminutas,
se agigantavam
na imensidão
do vazio.
A tepidez
do ar,
a eutanásia do sol
o mar, serenamente,
se oferecendo
à iminente lua,
tudo era nada,
nada era tudo
que se precisava ter.
Um átimo,
de eternidade,
um átomo
do universo
bastava a si mesmo.
Coisas apenas
se deixavam existir
na quietude
que o tempo
reservava
e revezava
entre a mudez dos olhos
e a contemplação.
Pássaros voavam
nas estradas
de vento,
pousavam
nas estacas
de paz
e não se via
mais
algo maior
que essa liberdade.
O dia
esgotava-se
na calmaria
das águas,
nada
mudaria
com a
vindoura noite,
nem os versos,
nem as paixões,
nem os cantos,
apenas
a terapêutica
sensação
de reconquista
que cada
por do sol
entregava
ao amanhã.