RAZÕES DA CRENDICE HUMANA

RAZÕES DA CRENDICE HUMANA

 

Antes de toda vida acabar,

Pois já vem mais um meteoro,

Eu queria ir a outro lugar,

Mas que seja igual onde moro.

 

Eu veria um planeta a vagar,

Sob uma nova estrela amarela,

Mas haveria um novo quasar,

A levar minha alma e matéria.

 

Vejo os ciclos de vida na Terra,

Em instantes de fins que se ligam,

Pois são fases que nada encerram,

Se em casa os donos não brigam.

 

Desde quando cercamos o sol,

Com a poeira do nosso corpo,

São bilhões de anos tão sós,

O que faz sentir-me absorto.

 

Mas sozinho eu sei que não estou,

Sendo a face das horas no tempo,

Como encontro dos povos que sou,

Tudo junto e além de um momento.

 

Tão somente eu almejo o eterno,

E busco trilhar em paz o caminho,

Mas nem tudo está no caderno,

E por isso na trilha há espinho.

 

Oxalá eu consiga ser um pássaro,

Como a pomba que alertou a Noé,

E poder ser um guia no espaço,

Seja aqui ou por onde estiver.

 

E assim, valerá sempre a pena,

Ser o estrume que aduba o solo,

Ou faísca da luz que fomenta,

Tudo mais, seja Zeus ou Apolo.

 

E não pensem que não compreendo,

A razão de cada crendice humana,

Mas eu sei, mesmo não convencendo,

Que não sou, mas me acham bacana.